quarta-feira, 25 de setembro de 2019

“Sair da sacristia”. Artigo de Dom Sérgio Eudardo Castriani, CSSp - Arcebispo de Manaus.


“É impossível para a Igreja ficar calada diante das injustiças e da opressão a que foram submetidos os povos originários da Amazônia. Enquanto não houver um diálogo sincero e vital com estes povos a nossa história estará incompleta, porque ainda não estaremos vivendo a encarnação”, escreve Dom Sérgio Eudardo Castriani, arcebispo de Manaus, em artigo publicado pelo Portal das Comunidades Eclesiais de Base, 16-09-2019.


Artigo na íntegra

A preparação do Sínodo da Amazônia tem dado muito o que falar. O fato da Igreja estar tocando em assuntos que aparentemente não são de sua alçada, tem levado empresários, generais e políticos a se posicionarem contra o fato das Conferências Episcopais estarem falando de mudanças climáticas, desmatamento, poluição das águas e do ar.
Um general chegou a sugerir que se os bispos quiserem os dados sobre o meio ambiente deveriam procurar o governo, que tem instituições competentes para monitorar e implementar medidas eficazes na proteção de nossa biodiversidade e potencial hídrico. Ora, o Papa fez mais que isto ao escrever a “Laudato Si”, chamando os mais renomados cientistas para colaborar, no documento que é o carro chefe deste pontificado e o verdadeiro pai do Sínodo da Amazônia.
Sentindo-se incomodados pela fala dos que foram constituídos protagonistas do processo sinodal, os povos originários, que denunciaram a onda de destruição e morte que os atuais governantes estão impondo à região, apelaram para o velho chavão de que Igreja boa é aquela que fica na sacristia falando de temas espirituais, como se fé e vida não se tocassem. Religião trata de temas espirituais e morais individuais, mas quando o assunto é sério, sobretudo quando entra a razão do mercado, a religião não tem mais nada a dizer?
O cristianismo não é assim. A nossa fé diz que o Verbo de Deus se encarnou, se fez homem e habitou entre nós. Deus entrou na história humana e está comprometido com ela. Podemos dizer que Deus ao se submeter às leis da natureza em Jesus sofre junto com a humanidade a destruição do meio ambiente que afeta todas as criaturas. E, como Paulo, sabemos que os sofrimentos da humanidade completam os sofrimentos de Jesus. Esta é a razão profunda pela qual a Igreja se coloca como voz dos que não têm voz. Não é só a razão de mercado que tem razão. E a razão é que Deus amou tanto o Mundo que enviou seu Filho para salvá-lo. A encarnação tem a finalidade de recriar o mundo.
É impossível para a Igreja ficar calada diante das injustiças e da opressão a que foram submetidos os povos originários da Amazônia. Enquanto não houver um diálogo sincero e vital com estes povos a nossa história estará incompleta, porque ainda não estaremos vivendo a encarnação. A invasão do Continente Americano, a espoliação das suas riquezas, os massacres e os genocídios foram e são até hoje um grande mal-entendido.
Portanto, quando a Igreja se interessa pelas coisas do mundo e pelos apelos humanos que a realidade impõe como sofrimento e dor, sobretudo a dor dos inocentes, o faz por amor ao mundo que Deus criou e redimiu. A sacristia é um lugar de passagem para a liturgia. Uma Igreja de sacristia é sinônimo de uma Igreja voltada sobre si mesma, doente e necessitada de conversão. A liturgia, em função da qual está a sacristia, como celebração do mistério pascal, coloca o Povo de Deus no centro da história que foi o derramamento do sangue da Nova Aliança. E a memória deste sangue derramado não permite a indiferença e a omissão.


segunda-feira, 9 de setembro de 2019

Papa reza diante do túmulo do Beato Jacques Laval, missionário espiritano nas Ilhas Maurícias e "Apóstolo dos negros"


Hoje 9 de Setembro, a família espiritana celebra a vida de Tiago Desiré Laval. O Beato Laval
Durante a sua visita a Ilhas Maurícias o Papa Francisco visitou o Santuário do Beato Jacques Laval, Missionário espiritano e rezou diante do seu túmulo 
 O Santuário fica Localizado dentro da Igreja da Santa Cruz, nos arredores de Port Louis, o atual santuário do Beato Laval é de recente construção. De fato, remonta a 2014, ano em que a Igreja em Maurício celebrou o 150º aniversário da morte de Beato Padre Jacques Laval, conhecido como "o Apóstolo dos negros", pois dedicou-se à evangelização dos nativos de Maurício.
A nova estrutura tornou-se necessária pelo constante aumento do número de peregrinos que se reúnem em oração diante do túmulo de Laval, em particular no dia 9 de setembro, memória de sua morte. Atualmente o prédio pode acomodar 250 pessoas, mais que o dobro da estrutura anterior - que remonta a 1870. Além de ter sido restaurado várias vezes, agora está ligado à nova construção por meio de um corredor com colunas.
Uma teca de vidro protege uma representação em cera do Beato, colocada sobre seu túmulo. Ao alto, há um grande crucifixo. Trata-se, de fato, da reprodução da cruz ao lado da qual o padre Laval concordou, pela primeira e única vez, ser fotografado.
Nas paredes circundantes, estão dispostas inúmeras prateleiras onde é possível colocar flores e velas oferecidas pelos peregrinos.
Uma fonte foi colocada no local onde, até há poucos anos, estava o túmulo do Beato que pesa 4,5 tonelada. A reforma do local teve a colaboração financeira também do governo e de outras religiões. Para o projeto da reforma, a Associação dos Arquitetos de Maurício lançou um concurso, vencido pela Sra. Sylvie de Leusse.

                                                     VIDA E OBRA

Tiago Desiré Laval. O  Beato Laval. Tiago Laval nasceu em Croth, Normandia, França, em 18 de setembro de 1803. Formou-se e exerceu medicina, mas depois sentiu o chamado para ser padre e missionário.
“É verdade. Eu hesitei por muito tempo entre o sacerdócio e a medicina. Escolhi a medicina e agora sei que estava enganado. Deus está me chamando. Esta é minha vocação. Como padre serei uma pessoa mais útil. Eu devo seguir a voz de Deus”

Laval foi ordenado em 1838 e serviu como pároco em Pinterville, uma pequena paróquia de 486 habitantes. Ele adorava crianças e tornou-se um professor de catecismo muito estimado. Em 1841, foi convidado por Libermann a trabalhar junto aos 70 mil escravizados recentemente libertados nas Ilhas Maurícias. Desses, três em cada quatro já tinham sido batizados. Marginalizados, eram tratados como “burros de carga”. Embora sozinho, Laval começou a trabalhar com esta população.
Primeiramente, começou por ensinar àqueles que encontrava a amar a Deus e amar uns aos outros. Depois, começou a preparar alguns para se tornarem catequistas, assim como cuidar dos doentes e dirigir grupos de oração comunitária.

Durante a epidemia de cólera que atingiu o país em 1854, 1857 e 1862, ele construiu vários hospitais. Abriu escolas primárias, construiu várias capelas para a formação espiritual e promove a integração social da população. Leva uma vida austera: usa o cilício, dorme no chão, pratica o jejum e passa noites inteiras em oração.
Laval morreu em 9 de setembro de 1864. Cerca de 40 mil pessoas – metade da população da Ilha – foram para o seu funeral, demonstrando a estima que tinham pela sua obra. Muitos milhares de peregrinos de diferentes etnias e religiões visitam seu túmulo cada ano, cantando: “Não tem santo nos céus como o padre Laval”.
Tiago Laval (1803-1864), Missionário Espiritano, é o pai espiritual da Ilha Maurícia. Foi beatificado em 1979 por João Paulo II. Foi a sua primeira beatificação.


sábado, 24 de agosto de 2019

FELIZ ANIVERSÁRIO PADRE HERIBERTO (Herbert)



Hoje nós espiritanos do grupo do Alto Juruá celebramos o aniversário dos 84 anos de vida do Padre Herbert. Cssp (comumente chamado por Pe. Heriberto).

Saiba um pouco da história daquele que deu e continua a dar sua vida em prol dos mais abandonados.
Padre Herbert Heinrich Matthias Douteil,Cssp nasceu no dia 24.8.1935 em Kempges, em Grefrath / Krefeld- Alemanhã
é o 2º filho do padeiro Paul Douteil e de Christine Douteil Depois dos estudos do primeiro grau nas escolas de Grefrath e Berssel / Harz (1941 – 1946), o liceu em Kempen / Baixa Renânia, (1946-1952) e Menden / Sauerland (1952-1955), vestição no dia 02 de fevereiro de 1954 e exame final do liceu no dia 08.03.1955 em Menden, noviciado (1955-1956) e primeira profissão no dia 7.4.1956 em Heim­bach; estudos de filosofia e teologia no Instituto de estudos superiores da Congregação do Espírito Santo em Knechtsteden (1956 - 1962), ordenação sacerdotal no dia 1.5.1961 por Dom Herman van Elswijk, CSSp., e ato de consagração ao trabalho missionário no dia 19.3.1962 em Knecht­ste­den; em seguida estudo de latim clássico e medieval, de música escolar e científica na Escola Superior de Música e na Universidade de Colônia e de Ciência litúrgica na Universidade de Bonn; licenciatura em música escolar na escola superior de Colônia (1965), em 1968, promoção em musíca científica na universidade de Colônia, defendendo a tese "Studien zu Durantis 'Rationale Divinorum Officiorum' als kir­chen­mu­sika­lischer Quelle"; em seguida até 1979, trabalho científico e de edição de obras da idade médica e de livros de bolso sobre assuntos missionários (bibliografia completa no anexo). -

Até início de agosto de 1979, ajudou na pastoral em várias paróquias ao redor de Colônia, também em Karlstadt / Meno e Süchteln, capelão hospitalar no Hospital de São Vicente em Colônia-Nippes. A partir daí, começou o trabalho missionário na Prelazia do Alto Juruá (atual diocese de Cruzeiro do Sul), de 1980 até 1993, diretor do Seminário Menor e Maior dos espiritanos em Cruzeiro do Sul; ao mesmo tempo (e até hoje) faz trabalho pastoral e social entre os índios katukina, seringueiros e atuais agricultores ao longo dos rios Campinas, Ipixuna, riozinho da Liberdade e entre os colonos do Projeto de Assentamento Dirigido de Sª Luzia /BR 364. Em favor deles foram realizadas ao tudo 96 viagens missionárias de maior duração e construídas 27 capelas e igrejas; Pe. He. ajuda na formação e desenvolvimento do sistema de saúde (farmácia de pobres em Cruzeiro do Sul, „Casa médeor“ em Rodrigues Alves, Clínica Oftal­mológica e Odon­to­ló­gica 'Santa Ma­ria' em Cruzeiro do Sul, cofundador da „Policlínica Cruzeiro do Sul“ no ano de 2001, construção da escola infantil 'São Jorge' em Rodrigues Al­ves, colaborador na Pastoral da Criança nas paróquias de Cruzeiro do Sul, Mâncio Lima, Guajará e Rodrigues Alves e na área do Projeto Sª Luzia; desde 1.1.2003 projeto/fundação „Menino Jesus de Nazaré“ em prol de crianças especiais e suas famílias em quatro municípios; presidente da diretoria da „Fazenda da Esperança Dom Luís Herbst“ em Mâncio Lima [2.09.2008] para dependentes químicos, fundador do FUNDO HERIBERTO DOUTEIL, administrado pela casa-mãe Espiritana, em Roma, para o bem da missão que os confrades espiritanos realizam junto de crianças e jovens em risco, no continente Africano [outubro 2008])

Pe. Heriberto se destacou com editor de livros com assuntos missionários e manuais de catequese (veja bibliografia em anexo) – De 1980 até 1993, ele formou catequistas no „In­stituto Santa Teresinha“ em Cruzeiro do Sul, de 1994 até 2002, era professor de filosofia e sociologia na faculdade filosófica e teológica do Seminário Maior da diocese de Cruzeiro do Sul. Desde 1990 formou catequistas leigos no PAD Sª Luzia – fundou o "Museu Mis­sio­lógico 'Padre Alberto Urban'" em Cruzeiro do Sul (em janeiro de 2006, aquela parte que contem a coleção arqueológica, antropológica e seringalística, já foi presenteada ao Governo do estado do Acre).

- De 1995 até 2000 era superior da casa distrital em Cruzeiro do Sul – Deste 1. de maio de 2000, grava programas diários de 30 minutos cada no programa de „Ave-Maria“ nas emissoras „Verdes Florestas“ e „Integração“, a partir do dia 01 de janeiro de 2003 dois outros programas diários de 15 minútos cada na emissora „Verdes Florestas“: „Bom dia, meu Pai, bom dia, meu irmão“ (15 minutos de oração de manhã), e „Boa noite, meu Pai, boa noite, meu irmão“ (15 minutos de oração à noite). – De abril até outubro de 2003, gravou, três vezes por semana, programas religiosos de curta duração na emissora „FM Juruá“ –

No dia 8.9.2005 foi nomeado Vigário Geral da diocese de Cruzeiro do Sul para um período de três anos, a fim de „ajudar na administração diocesana, estando em sintonia com o bispo, cuidar da correspondência para os benfeitores da Alemanha, bem como representar a mencionada diocese perante toda e qualquer autoridade e junto aos órgãos da administração pública e privada, conforme o Cânon 475 do Código de Direito Canônico“. – Neste período, para segurar mais as bases financeiras da diocese, foram constuídas 40 casas a serem alugadas e vendidos os lotes restantes da fazenda do antigo Seminário Menor, e para a melhoria da formação do clero diocesano, foi introduzido o propedêutico. No dia 31 de dezembro de 2008, ele entregou o cargo de Vigário Geral por motivo de saúde. De novo nomeado vigário Geral pelo período de 1.1.2011 até 31.12.2012. De 2016 até a presente data o padre Heriberto, acompanha a Fazenda feminina Maria Madalena, Oi projeto menino Jesus e preside as celebrações onde é convidada de modo especial na comunidade Shalom e na capela São Francisco, isto é, no conjunto São Francisco.



sexta-feira, 23 de agosto de 2019

O CARTAZ DA CAMPANHA DA FRATERNIDADE DE 2020 REMETE À FIGURA DE IRMÃ DULCE, QUE SERÁ CANONIZADA NO PRÓXIMO MÊS DE OUTUBRO

“Vida doada é vida santificada”

O cartaz da Campanha da Fraternidade de 2020, cujo tema será “Fraternidade e vida: dom e compromisso” foi aprovado na manhã desta quarta-feira, 21 de agosto. Os bispos reunidos no Conselho Episcopal Pastoral (Consep) da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em Brasília (DF) também deliberaram sobre o texto-base e as propostas para a letra do hino da campanha.
A arte foi elaborada pelo designer da Edições CNBB Leonardo Cardoso, sob a supervisão do bispo auxiliar do Rio de Janeiro (RJ) e secretário-geral da CNBB, Dom Joel Portella Amado, e do secretário executivo de campanhas, Padre Patriky Samuel Batista.
O cartaz remete à figura de irmã Dulce, que será canonizada no próximo mês de outubro. E também apresenta, ao fundo o Pelourinho, lugar icônico da capital baiana. Padre Patrky explica que a mensagem é de “vida doada é vida santificada. A vida é um intercâmbio de cuidado”.
“Por isso que a irmã Dulce cuida. E seu modo de cuidar sinaliza uma Igreja em saída. Então é cuidar das pessoas que estão próximas a nós. Onde estou é lugar de cuidado da pessoa, do mundo, da ecologia. Depois, o cenário faz menção à questão do mundo urbano. Amar é fazer o bem! Daí a beleza do cartaz, que está sintonizado com as Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora no que diz respeito ao pilar da caridade”, explicou.
Padre Patriky também apresentou aos bispos o texto-base da CF 2020, que está estruturado como de costume com um diferencial, que é a centralidade da Palavra de Deus: “Perceberemos em cada capítulo do texto que a Palavra de Deus ocupa um lugar de primazia, nos ajudando a viver o tempo quaresmal – ‘viu, sentiu compaixão e cuidou dele’”, explicou lembrando do lema relacionado à passagem bíblica do bom samaritano.
Os bispos deram sugestões de acréscimos e ajustes ao texto-base com destaque às propostas de que o material tenha opções de roteiros que favoreçam a espiritualidade quaresmal dentro da reflexão tema da CF. Segundo padre Patriky, a indicação está dentro da perspectiva bíblica, “para fecundar o caminho para a vivência espiritual da Quaresma, uma vivência quaresmal de fato que possa converter o coração para transformar também a realidade, é um modo de viver a Quaresma”.
O hino
O assessor do Setor Música Litúrgica da Comissão Episcopal Pastoral para a Liturgia da CNBB, o jesuíta irmão Fernando Vieira, entregou aos bispos as cinco letras escolhidas por um grupo de peritos a partir das 31 sugestões recebidas por meio de concurso. Após a avaliação dos bispos, será realizada a segunda fase da seleção, neste caso, da música do hino.
A perspectiva do trabalho
Ainda foram apresentadas perspectivas do trabalho da CF para os próximos anos, que constará do resgate da história, da relação dos Papas com as Campanhas da Fraternidade, levantamento de materiais, encontros com as coordenações diocesanos de pastoral e a visibilidade de projetos financiados pelo Fundo Nacional de Solidariedade


Fonte: https://portalkairos.

SACERDOTE PARA SEMPRE: SEMINARISTA COM DOENÇA TERMINAL É ORDENADO PRESBÍTERO


Diego Omar Peña Navia é o jovem seminarista que sofre de uma doença terminal e foi ordenado sacerdote na quinta-feira, 22 de agosto, graças a uma autorização especial concedida pela Santa Sé.
Em relação a como a doença une Peña ao Senhor, assim como a importância desse fato para a comunidade, o Bispo de Garzón (Colômbia), Dom Fabio Duque Jaramillo, afirmou ao Grupo ACI que "todos os acontecimentos que vivemos, quando o fazemos a partir de uma experiência de fé, tornam palpável a proximidade de Deus".
“Isso se faz palpável no que Diego Omar vive hoje. Nossa própria vida, com todos os seus sofrimentos, é a melhor ocasião para nos associarmos à morte e ressurreição do Mestre”, assegurou sobre a cerimônia realizada no dia 22 de agosto. Durante a sua homilia, Dom Duque destacou que Peña é chamado a anunciar esperança em meio ao seu sofrimento, onde Deus está sempre presente.
"A única coisa que queremos confirmar é a maturidade na fé desse irmão, que lhe permite continuar associando seu sofrimento colocando ali, em sua própria realidade, assumindo em seu próprio corpo o sofrimento de Jesus", comentou.
A ordenação sacerdotal aconteceu nesta quinta-feira, na igreja Catedral de São Miguel Arcanjo de Garzón, pertencente à Diocese de Garzón, e contou com a presença de centenas de fiéis, familiares e amigos.
Peña Navia foi ordenado diácono em 21 de agosto, na capela do Seminário Maior Diocesano.
O Bispo também incentivou os fiéis a compreenderem o significado deste acontecimento, lembrando que a ordenação não foi realizada para que Peña possa celebrar a Missa antes de morrer.
“A ordenação não tem como objetivo que ele possa celebrar uma Eucaristia. A razão de ser é que esta ordenação não é simplesmente para esta vida, esta ordenação é também para a vida eterna”, enfatizou o Prelado.Do mesmo modo, refletiu que "ninguém tem a morte como sua vocação". "Como é difícil para nós comprovar a partir de nossa experiência de fé que a morte é apenas um passo, e que, com isso, o definitivo começa", assegurou.
Nesse sentido, assinalou que é a esperança que os reúne e que a fé ajuda a "afirmar a vontade de Deus nos acontecimentos da vida". "Custa-nos renunciar ao nosso projeto de vida e assumir o projeto de vida de Deus, que carrega os fios da nossa própria história", assegurou.
“Você, querido filho Diego Omar, que será ordenado sacerdote, será infundido na parte que corresponde a função de ensinar em nome de Cristo. Transmita a todos a palavra de Deus que recebeu com alegria, não a sua palavra. Ao meditar sobre a lei do Senhor, tente acreditar no que lê, ensinar o que lê e praticar o que ensina. Que seu ensinamento, sobretudo com a sua vida, seja alimento para o povo de Deus. Que sua história seja um estímulo para os discípulos de Cristo, para que, com sua palavra e seu exemplo, a casa que é a Igreja de Deus seja construída”, disse durante sua homilia.



SUA VOCAÇÃO



Em declarações ao Grupo ACI, o Bispo de Garzón explicou que o jovem de 31 anos teve um primeiro episódio da doença muitos anos antes de entrar no seminário.

“Os médicos certificaram que não havia mais nenhum vestígio em seu organismo do tumor que tinham encontrado. O início da doença começou há oito ou nove anos”, manifestou.
Segundo o Prelado, o jovem estava muito longe da fé e de qualquer experiência cristã antes de conhecer os primeiros sintomas de sua doença.
No entanto, esta logo se manifestou. O Bispo disse que foi o processo e a superação de sua doença naquele momento que o levou a "buscar uma proximidade com Deus e a Igreja".
"Começou a frequentar e participar das celebrações litúrgicas que aconteciam em seu bairro e lentamente começou a experimentar o que reconheceu como 'um chamado muito forte do Senhor, manifestado de várias maneiras', para o ministério sacerdotal na Igreja" comenta Dom Duque.
No entanto, Peña sempre resistiu em reconhecer o chamado do Senhor. "Sempre resistiu e não demonstrava muito interesse em responder às suas inquietações, ignorando o que ele considerava acontecimentos precisos, nos quais hoje reconhece o Senhor que o chamava", disse.
Assim, há cinco anos, decidiu se aproximar da pastoral vocacional da Diocese de Garzón. Naquela ocasião, "os exames indicavam que não havia vestígios da doença".

Durante esses anos, recebeu o acompanhamento de que precisava para discernir seu caminho, mostrando "sinais de crescimento na fé".
“Ao longo desses cinco anos de seminário, o jovem Diego Omar apresentou sinais de crescimento na fé e, durante um ano e meio, quando a doença reapareceu, distinguiu-se por enfrentar esse momento tão difícil com uma profunda união de seu sofrimento com a paixão de Cristo e fazendo palpável uma invejável serenidade diante da realidade da morte”, afirmou o Bispo. Devido a estes sinais de maturidade, Dom Duque o considerou apto para ser ordenado diácono e depois sacerdote, por isso consultou a Santa Sé.
"Tratando-se de um caso particular, sabendo que é uma corrida contra o tempo e tendo tomado a decisão final há apenas uma semana, a preparação imediata teve que ser acelerada", assegurou o Prelado.
Do mesmo modo, indicou que o jovem seminarista esteve se preparando para receber a ordenação sacerdotal através de intensos exercícios espirituais.
"A reflexão guiada, a oração e a escuta intensa da Palavra de Deus é o que lhe dará a preparação para este momento tão definitivo da sua vida", enfatizou o Bispo.


Fonte: acidigital

quinta-feira, 22 de agosto de 2019

Hoje a Igreja celebra a festa de Nossa Senhora Rainha


 “Maria é a rainha do Céu e da terra, por graça, como Cristo é Rei por natureza e por conquista”. Assim afirma Luís Maria Grignion de Montfort, no Tratado da Verdadeira Devoção, número 38.
Neste dia 22 de agosto, a Igreja celebra a festa desse Reinado de Maria, a semelhança e em perfeita coincidência com o reino de Jesus Cristo, que não é temporal nem terreno, mas eterno e universal.
Esta festa litúrgica de Nossa Senhora Rainha foi instituída pelo Papa Pio XII em 1954, ao coroar a Virgem na Basílica de Santa Maria Maior, Roma (Itália), no dia 11 de outubro, quando o Pontífice também promulgou o documento principal do Magistério da Igreja que fala sobre a dignidade e realeza de Maria, a Encíclica “Ad Caeli Reginam”.
Inicialmente, a celebração se estabeleceu em 31 de maio, mês de Maria. Agora, celebra-se na oitava da Assunção, para manifestar a conexão entre a realeza de Maria e a sua assunção aos céus.
Na Encíclica “Ad Caeli Reginam”, lê-se que “os Teólogos da Igreja, extraindo sua doutrina” ao consultar as reflexões de vários santos e testemunhos da antiga tradição, “chamaram à Santíssima Mãe Virgem Rainha de todas as coisas criadas, Rainha do mundo, Senhora do universo”.
O Papa emérito Bento XVI, na celebração desta festa em 2012, disse que esta realeza da Mãe de Deus se faz concreta no amor e no serviço a seus filhos, em seu constante velar pelas pessoas e suas necessidades.
Ao referir-se à Virgem como Rainha do Universo, São João Paulo II ressaltou: “É uma Rainha que dá tudo o que possui compartilhando, sobretudo, a vida e o amor de Cristo”.
O Beato Paulo VI, na Exortação Apostólica “Marialis Cultus”, escreveu que na Virgem Maria tudo é referido a Cristo e tudo depende Dele: “Em vistas a Ele, Deus Pai a escolheu desde toda a eternidade como Mãe toda Santa e a adornou com dons do Espírito Santo que não foram concedidos a nenhum outro”.
O número 59 da Constituição Dogmática sobre a Igreja, “Lumen Gentium”, assinala que “a Virgem Imaculada (…) foi elevada ao céu em corpo e alma e exaltada por Deus como rainha, para assim se conformar mais plenamente com seu Filho, Senhor dos senhores e vencedor do pecado e da morte”.
Em Apocalipse, 12, 1, lê-se: “Apareceu em seguida um grande sinal no céu: uma Mulher revestida do sol, a lua debaixo dos seus pés e na cabeça uma coroa de doze estrelas”.
Oração a Nossa Senhora Rainha
Deus todo-poderoso, que nos deste como Mãe e como Rainha a Mãe do seu Unigênito, nos conceda que, protegidos pela sua intercessão, alcancemos a glória de seus filhos no reino dos céus. Rainha digníssima do mundo, Maria Virgem perpétua, interceda por nossa paz e saúde, vós que gerastes Cristo Senhor, Salvador de todos. Por nosso Senhor Jesus Cristo. Amém.

Fonte: acidigital

sexta-feira, 8 de março de 2019

Feliz dia internacional da Mulher

Todos nós temos uma mulher muito importante em nossas vidas, pode ser a mãe, irmã, filha, esposa, a namorada prima, amiga enfim,
Hoje  mundo celebra esse  dia internacional da mulher. Eu quero me juntar todas as mulheres  do mundo, de modo especial a minha querida mãe, minhas  irmãs, amigas e paroquianas, por esse dia especial. Que Deus abençoe  todas as vossas lutas. Obrigado  pela vossa presença em nossas vidas.

quinta-feira, 7 de março de 2019

FIÉIS CATÓLICOS DA ÁREA MISSIONÁRIA DA SANTA LUZIA, TROCAM CARNAVAL PARA EVANGELIZAR NO RIO LIBERDADE.


Os fiéis das comunidades Nossa Senhora Rainha, na sede do Incra - (vila Santa Luzia), São Pedro na vila Lagoinha ,da Área missionária da Santa Luzia  e o jovem Fabisson Costa, pertencentes à igreja Matriz de São José em Rodrigues Alves, trocaram o Carnaval, por três dias de missão nas comunidades que estão a beira do rio liberdade nomeadamente:
Santa Rita, São Sebastião e João.

O jovem Caio Campos, filho do coordenador da comunidade organizadora, relata como foi sua experiência de missão durante esses três dias.

 "Foram 03 dias incríveis, na verdade não têm como explicar o inexplicável, levar Deus as pessoas não têm preço. Fomos bem recebidos em todas as comunidades em especial na Santa Rita, onde ficamos hospedados. Ver o sorriso no rosto e o brilho nos olhos daquele povo tão sofrido paga todo e qualquer preço. Nos emociona muito saber que Deus através de nós reacendeu a fé católica naquele lugar. Buscamos fazer o nosso melhor, realizando celebrações animadas adaptadas com a linguagem local. A humildade daquele povo nos tocou profundamente, a sede pela palavra era impressionante, a fila parar receber a Eucaristia era ainda mais impressionante. Rio Liberdade terra abençoado de pessoas simples e humildes de coração manso. Tudo nos  mostrou que sim,é possível ser feliz com pouco. Muitos são vazios de benefícios porém, são cheios de Deus. Estamos ansiosos em retornar mais que em breve estaremos lá novamente"
Já o jovem Elenilton Silva, em seu perfil do facebook escreveu:
"Não importa se vai ser fácil ou difícil, se vai ser em lugares de bom ou ruin acesso, o importante é evangelizar, pois Deus não falou que seria fácil, mas também não falou que  seria  impossível".

Algumas fotos.









quarta-feira, 6 de março de 2019

Papa Francisco envia mensagem à Igreja no Brasil sobre a CF 2019


Queridos irmãos e irmãs do Brasil!
Com o início da Quaresma, somos convidados a preparar-nos, através das práticas penitenciais do jejum, da esmola e da oração, para a celebração da vitória do Senhor Jesus sobre o pecado e a morte. Para inspirar, iluminar e integrar tais práticas como componentes de um caminho pessoal e comunitário em direção à Páscoa de Cristo, a Campanha da Fraternidade propõe aos cristãos brasileiros o horizonte das “políticas públicas”.
Muito embora aquilo que se entende por política pública seja primordialmente uma responsabilidade do Estado cuja finalidade é garantir o bem comum dos cidadãos, todas as pessoas e instituições devem se sentir protagonistas das iniciativas e ações que promovam «o conjunto das condições de vida social que permitem aos indivíduos, famílias e associações alcançar mais plena e facilmente a própria perfeição» (Gaudium et spes, 74).
Cientes disso, os cristãos – inspirados pelo lema desta Campanha da Fraternidade «Serás libertado pelo direito e pela justiça» (Is 1,28) e seguindo o exemplo do divino Mestre que “não veio para ser servido, mas para servir” (Mt 20,28) – devem buscar uma participação mais ativa na sociedade como forma concreta de amor ao próximo, que permita a construção de uma cultura fraterna baseada no direito e na justiça. De fato, como lembra o Documento de Aparecida, «são os leigos de nosso continente, conscientes de sua chamada à santidade em virtude de sua vocação batismal, os que têm de atuar à maneira de um fermento na massa para construir uma cidade temporal que esteja de acordo com o projeto de Deus» (n. 505).
De modo especial, àqueles que se dedicam formalmente à política – à que os Pontífices, a partir de Pio XII, se referiram como uma «nobre forma de caridade» (cf. Papa Francisco, Mensagem ao Congresso organizado pela CAL-CELAM, 1/XII/2017) – requer-se que vivam «com paixão o seu serviço aos povos, vibrando com as fibras íntimas do seu etos e da sua cultura, solidários com os seus sofrimentos e esperanças; políticos que anteponham o bem comum aos seus interesses privados, que não se deixem intimidar pelos grandes poderes financeiros e mediáticos, sendo competentes e pacientes face a problemas complexos, sendo abertos a ouvir e a aprender no diálogo democrático, conjugando a busca da justiça com a misericórdia e a reconciliação» (ibid.).
Refletindo e rezando as políticas públicas com a graça do Espírito Santo, faço votos, queridos irmãos e irmãs, que o caminho quaresmal deste ano, à luz das propostas da Campanha da Fraternidade, ajude todos os cristãos a terem os olhos e o coração abertos para que possam ver nos irmãos mais necessitados a “carne de Cristo” que espera «ser reconhecido, tocado e assistido cuidadosamente por nós» (Bula Misericórdia vultus, 15). Assim a força renovadora e transformadora da Ressurreição poderá alcançar a todos fazendo do Brasil uma nação mais fraterna e justa. E para lhes confirmar nesses propósitos, confiados na intercessão de Nossa Senhora Aparecida, de coração envio a todos e cada um a Bênção Apostólica, pedindo que nunca deixem de rezar por mim.
Vaticano, 11 de fevereiro de 2019.
Fonte: cnbb.

CAMPANHA DA FRATERNIDADE 2019

Todos os anos por ocasião da Quaresma, a igreja no Brasil  com a  Campanha da Fraternidade, trás um tema para reflexão de uma determinada realidade, social ou eclesiológica. 

A cerimonia de abertura da Campanha da Fraternidade foi realizada  hoje na sede provisória da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), pelo bispo auxiliar de Brasília (DF) e secretário-geral da entidade, dom  Leonardo Steiner que na ocasião leu a mensagem que o papa Francisco enviou especialmente para a abertura da Quaresma e da Campanha da Fraternidade. No documento, o papa convidou os cristãos a se preparar para a vitória de Jesus Cristo por meio de práticas penitenciais de jejum, da esmola e da oração. O papa citou a Campanha da Fraternidade, proposta pela Igreja no Brasil durante o período da Quaresma, que tem início nesta quarta-feira de Cinzas e se estende até a celebração da Páscoa, dia 21 de abril, como um “caminho pessoal e comunitário em direção à Páscoa de Cristo”

Para este ano 2019,temos como tema: Fraternidade e Politicas Públicas e Lema: " Serás Libertado  pelo direito e pela Justiça"

OBJETIVO GERAL
Estimular a participação em Políticas Públicas, à luz da Palavra de Deus e da Doutrina Social da Igreja para fortalecer a cidadania e o bem comum, sinais de fraternidade.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
01 – Conhecer Políticas Públicas como são formuladas e aplicadas as estabelecidas pelo Estado brasileiro.
02 – Exigir ética na formulação e na concretização de Políticas Públicas.
03 – Despertar a consciência e incentivar a participação de todo cidadão na construção de Políticas Públicas em âmbito nacional, estadual e municipal.
04 – Propor Políticas Públicas que assegurem os direitos sociais aos mais frágeis e vulneráveis.
05 – Trabalhar para que as Políticas Públicas eficazes de governo se consolidem como Políticas de Estado.
06 – Promover a formação Política dos membros de nossa Igreja, especialmente dos jovens, em vista do exercício da cidadania.
07 – Suscitar cristãos católicos comprometidos na política como testemunho concreto da fé.
GESTO CONCRETO
O gesto concreto com o qual os fiéis demonstram seu comprometimento com a evangelização e a promoção da dignidade dos pobres e oprimidos se manifesta na coleta da solidariedade. Essa coleta é realizada anualmente no Domingo de Ramos, que neste ano é dia 14 de abril. Ela acontece em todo o país, nas comunidades católicas e ecumênicas.
PARA ONDE VAI O DINHEIRO?
Fundo Nacional de Solidariedade ou Fundos Diocesanos de Solidariedade:
60% dos recursos são utilizados para dar apoio a projetos sociais da própria diocese. Com esses 60% a Cáritas Diocesana ajuda a nossa diocese a administrar esse fundo, apoiando e criando projetos em toda nossa diocese.
40% da verba arrecadada na coleta da solidariedade vai para o Fundo Nacional de Solidariedade. O dinheiro é utilizado para o fortalecimento da solidariedade entre as diferentes regiões do país.

terça-feira, 5 de março de 2019

Mensagem do Papa Francisco para a Quaresma de 2019

«A criação encontra-se em expectativa ansiosa, aguardando a revelação dos filhos de Deus» (Rm 8, 19)
Queridos irmãos e irmãs!
Todos os anos, por meio da Mãe Igreja, Deus «concede aos seus fiéis a graça de se prepararem, na alegria do coração purificado, para celebrar as festas pascais, a fim de que (…), participando nos mistérios da renovação cristã, alcancem a plenitude da filiação divina» (Prefácio I da Quaresma). Assim, de Páscoa em Páscoa, podemos caminhar para a realização da salvação que já recebemos, graças ao mistério pascal de Cristo: «De facto, foi na esperança que fomos salvos» (Rm 8, 24). Este mistério de salvação, já operante em nós durante a vida terrena, é um processo dinâmico que abrange também a história e toda a criação. São Paulo chega a dizer: «Até a criação se encontra em expetativa ansiosa, aguardando a revelação dos filhos de Deus» (Rm 8, 19). Nesta perspetiva, gostaria de oferecer algumas propostas de reflexão, que acompanhem o nosso caminho de conversão na próxima Quaresma.
1. A redenção da criação
A celebração do Tríduo Pascal da paixão, morte e ressurreição de Cristo, ponto culminante do Ano Litúrgico, sempre nos chama a viver um itinerário de preparação, cientes de que tornar-nos semelhantes a Cristo (cf. Rm 8, 29) é um dom inestimável da misericórdia de Deus.
Se o homem vive como filho de Deus, se vive como pessoa redimida, que se deixa guiar pelo Espírito Santo (cf. Rm 8, 14), e sabe reconhecer e praticar a lei de Deus, a começar pela lei gravada no seu coração e na natureza, beneficia também a criação, cooperando para a sua redenção. Por isso, a criação – diz São Paulo – deseja de modo intensíssimo que se manifestem os filhos de Deus, isto é, que a vida daqueles que gozam da graça do mistério pascal de Jesus se cubra plenamente dos seus frutos, destinados a alcançar o seu completo amadurecimento na redenção do próprio corpo humano. Quando a caridade de Cristo transfigura a vida dos santos – espírito, alma e corpo –, estes rendem louvor a Deus e, com a oração, a contemplação e a arte, envolvem nisto também as criaturas, como demonstra admiravelmente o «Cântico do irmão sol», de São Francisco de Assis (cf. Encíclica Laudato si’, 87). Neste mundo, porém, a harmonia gerada pela redenção continua ainda – e sempre estará – ameaçada pela força negativa do pecado e da morte.
2. A força destruidora do pecado
Com efeito, quando não vivemos como filhos de Deus, muitas vezes adotamos comportamentos destruidores do próximo e das outras criaturas – mas também de nós próprios –, considerando, de forma mais ou menos consciente, que podemos usá-los como bem nos apraz. Então sobrepõe-se a intemperança, levando a um estilo de vida que viola os limites que a nossa condição humana e a natureza nos pedem para respeitar, seguindo aqueles desejos incontrolados que, no livro da Sabedoria, se atribuem aos ímpios, ou seja, a quantos não têm Deus como ponto de referência das suas ações, nem uma esperança para o futuro (cf. 2, 1-11). Se não estivermos voltados continuamente para a Páscoa, para o horizonte da Ressurreição, é claro que acaba por se impor a lógica do tudo e imediatamente, do possuir cada vez mais.

Como sabemos, a causa de todo o mal é o pecado, que, desde a sua aparição no meio dos homens, interrompeu a comunhão com Deus, com os outros e com a criação, à qual nos encontramos ligados antes de mais nada através do nosso corpo. Rompendo-se a comunhão com Deus, acabou por falir também a relação harmoniosa dos seres humanos com o meio ambiente, onde estão chamados a viver, a ponto de o jardim se transformar num deserto (cf. Gn 3, 17-18). Trata-se daquele pecado que leva o homem a considerar-se como deus da criação, a sentir-se o seu senhor absoluto e a usá-la, não para o fim querido pelo Criador, mas para interesse próprio em detrimento das criaturas e dos outros.
Quando se abandona a lei de Deus, a lei do amor, acaba por se afirmar a lei do mais forte sobre o mais fraco. O pecado – que habita no coração do homem (cf. Mc 7, 20-23), manifestando-se como avidez, ambição desmedida de bem-estar, desinteresse pelo bem dos outros e muitas vezes também do próprio – leva à exploração da criação (pessoas e meio ambiente), movidos por aquela ganância insaciável que considera todo o desejo um direito e que, mais cedo ou mais tarde, acabará por destruir inclusive quem está dominado por ela.

3. A força sanadora do arrependimento e do perdão
Por isso, a criação tem impelente necessidade que se revelem os filhos de Deus, aqueles que se tornaram «nova criação»: «Se alguém está em Cristo, é uma nova criação. O que era antigo passou; eis que surgiram coisas novas» (2 Cor 5, 17). Com efeito, com a sua manifestação, a própria criação pode também «fazer páscoa»: abrir-se para o novo céu e a nova terra (cf. Ap 21, 1). E o caminho rumo à Páscoa chama-nos precisamente a restaurar a nossa fisionomia e o nosso coração de cristãos, através do arrependimento, a conversão e o perdão, para podermos viver toda a riqueza da graça do mistério pascal.
Esta «impaciência», esta expetativa da criação ver-se-á satisfeita quando se manifestarem os filhos de Deus, isto é, quando os cristãos e todos os homens entrarem decididamente neste «parto» que é a conversão. Juntamente connosco, toda a criação é chamada a sair «da escravidão da corrupção, para alcançar a liberdade na glória dos filhos de Deus» (Rm 8, 21). A Quaresma é sinal sacramental desta conversão. Ela chama os cristãos a encarnarem, de forma mais intensa e concreta, o mistério pascal na sua vida pessoal, familiar e social, particularmente através do jejum, da oração e da esmola.
Jejuar, isto é, aprender a modificar a nossa atitude para com os outros e as criaturas: passar da tentação de «devorar» tudo para satisfazer a nossa voracidade, à capacidade de sofrer por amor, que pode preencher o vazio do nosso coração. Orar, para saber renunciar à idolatria e à autossuficiência do nosso eu, e nos declararmos necessitados do Senhor e da sua misericórdia. Dar esmola, para sair da insensatez de viver e acumular tudo para nós mesmos, com a ilusão de assegurarmos um futuro que não nos pertence. E, assim, reencontrar a alegria do projeto que Deus colocou na criação e no nosso coração: o projeto de amá-Lo a Ele, aos nossos irmãos e ao mundo inteiro, encontrando neste amor a verdadeira felicidade.
Queridos irmãos e irmãs, a «quaresma» do Filho de Deus consistiu em entrar no deserto da criação para fazê-la voltar a ser aquele jardim da comunhão com Deus que era antes do pecado das origens (cf. Mc 1,12-13; Is 51,3). Que a nossa Quaresma seja percorrer o mesmo caminho, para levar a esperança de Cristo também à criação, que «será libertada da escravidão da corrupção, para alcançar a liberdade na glória dos filhos de Deus» (Rm 8, 21). Não deixemos que passe em vão este tempo favorável! Peçamos a Deus que nos ajude a realizar um caminho de verdadeira conversão. Abandonemos o egoísmo, o olhar fixo em nós mesmos, e voltemo-nos para a Páscoa de Jesus; façamo-nos próximo dos irmãos e irmãs em dificuldade, partilhando com eles os nossos bens espirituais e materiais. Assim, acolhendo na nossa vida concreta a vitória de Cristo sobre o pecado e a morte, atrairemos também sobre a criação a sua força transformadora.                                                      

.