Durante a sua visita a Ilhas
Maurícias o Papa Francisco visitou o Santuário do Beato Jacques Laval, Missionário espiritano e rezou
diante do seu túmulo
O Santuário fica Localizado dentro da Igreja
da Santa Cruz, nos arredores de Port Louis, o atual santuário do Beato Laval é
de recente construção. De fato, remonta a 2014, ano em que a Igreja em Maurício
celebrou o 150º aniversário da morte de Beato Padre Jacques Laval, conhecido
como "o Apóstolo dos negros", pois dedicou-se à evangelização dos
nativos de Maurício.
A nova estrutura tornou-se
necessária pelo constante aumento do número de peregrinos que se reúnem em
oração diante do túmulo de Laval, em particular no dia 9 de setembro, memória
de sua morte. Atualmente o prédio pode acomodar 250 pessoas, mais que o dobro
da estrutura anterior - que remonta a 1870. Além de ter sido restaurado várias
vezes, agora está ligado à nova construção por meio de um corredor com colunas.
Uma teca de vidro protege uma
representação em cera do Beato, colocada sobre seu túmulo. Ao alto, há um
grande crucifixo. Trata-se, de fato, da reprodução da cruz ao lado da qual o
padre Laval concordou, pela primeira e única vez, ser fotografado.
Nas paredes circundantes, estão
dispostas inúmeras prateleiras onde é possível colocar flores e velas
oferecidas pelos peregrinos.
Uma fonte foi colocada no local
onde, até há poucos anos, estava o túmulo do Beato que pesa 4,5 tonelada. A
reforma do local teve a colaboração financeira também do governo e de outras
religiões. Para o projeto da reforma, a Associação dos Arquitetos de Maurício
lançou um concurso, vencido pela Sra. Sylvie de Leusse.
VIDA E OBRA
Tiago Desiré Laval. O Beato
Laval. Tiago Laval
nasceu em Croth, Normandia, França, em 18 de setembro de 1803. Formou-se e
exerceu medicina, mas depois sentiu o chamado para ser padre e
missionário.
“É verdade. Eu hesitei por muito tempo entre o sacerdócio e a
medicina. Escolhi a medicina e agora sei que estava enganado. Deus está me
chamando. Esta é minha vocação. Como padre serei uma pessoa mais útil. Eu devo
seguir a voz de Deus”
Laval foi ordenado em 1838 e
serviu como pároco em Pinterville, uma pequena paróquia de 486 habitantes. Ele
adorava crianças e tornou-se um professor de catecismo muito estimado. Em
1841, foi convidado por Libermann a trabalhar junto aos 70 mil escravizados
recentemente libertados nas Ilhas Maurícias. Desses, três em cada quatro já
tinham sido batizados. Marginalizados, eram tratados como “burros de carga”.
Embora sozinho, Laval começou a trabalhar com esta população.
Primeiramente, começou por ensinar
àqueles que encontrava a amar a Deus e amar uns aos outros. Depois, começou a
preparar alguns para se tornarem catequistas, assim como cuidar dos
doentes e dirigir grupos de oração comunitária.
Durante a epidemia de cólera que
atingiu o país em 1854, 1857 e 1862, ele construiu vários hospitais. Abriu
escolas primárias, construiu várias capelas para a formação espiritual e
promove a integração social da população. Leva uma vida austera: usa o cilício,
dorme no chão, pratica o jejum e passa noites inteiras em oração.
Laval morreu em 9 de setembro de
1864. Cerca de 40 mil pessoas – metade da população da Ilha – foram para o seu
funeral, demonstrando a estima que tinham pela sua obra. Muitos milhares de
peregrinos de diferentes etnias e religiões visitam seu túmulo cada ano,
cantando: “Não tem santo nos céus como o padre Laval”.
Tiago Laval (1803-1864),
Missionário Espiritano, é o pai espiritual da Ilha Maurícia. Foi
beatificado em 1979 por João Paulo II. Foi a sua primeira beatificação.