O Papa Bento XVI abriu oficialmente hoje o
Ano da Fé com uma Santa Missa realizada no Vaticano na manhã desta
quinta-feira, 11 de Outubro A proposta do Pontífice é que este seja um tempo de reflexão para que
fiéis católicos de todo o mundo possam redescobrir os valores da sua fé.
No dia em que
também se comemoram os 50 anos do início do Concílio Vaticano II, o Papa
presidiu a celebração eucarística com a participação de 400 concelebrantes.
Entre eles, estavam alguns brasileiros, como o cardeal arcebispo de Aparecida,
Dom Raymundo Damasceno Assis, que também é presidente da Conferência Nacional
dos Bispos do Brasil.
Fazendo memória ao
jubileu de ouro do Concílio, um acontecimento que marcou a vida da Igreja, o
Papa explicou que a celebração foi enriquecida com alguns sinais específicos. A
procissão inicial quis lembrar a procissão dos Padres conciliares, houve a
entronização do Evangeliário, que é uma cópia daquele utilizado durante o
Concílio e a entrada das sete mensagens finais do Concílio e do Catecismo da
Igreja Católica.
“Estes sinais não
nos fazem apenas recordar, mas também nos oferecem a possibilidade de ir além
da comemoração. Eles nos convidam a entrar mais profundamente no movimento espiritual que caracterizou o
Vaticano II, para que se possa assumi-lo e levá-lo adiante no seu verdadeiro
sentido”, disse.
O Papa explicou que
o Ano da Fé está em coerência com todo o caminho da Igreja nos últimos 50 anos,
desde o Concílio, passando pelo Magistério do Servo de Deus, Paulo VI até
chegar ao Jubileu do ano 2000, em que o Bem-Aventurado João Paulo II propôs à
humanidade Jesus Cristo como único Salvador.
“Jesus é o centro
da fé cristã. O cristão crê em Deus através de Jesus Cristo, que nos revelou a
face de Deus”, enfatizou o Papa. Ele lembrou que, como diz o Evangelho do dia,
Jesus Cristo é o “o verdadeiro e perene sujeito da evangelização”.
Por que ter um Ano
da Fé?
Ainda na homilia, o
Papa Bento XVI explicou que a Igreja proclama um novo Ano da Fé não para
“prestar honras a uma efeméride”, mas sim porque é necessário, mais ainda do
que 50 anos atrás.
Isso porque nos
últimos decênios o Papa lembrou que se tem visto o avanço de uma
“desertificação” espiritual, um vazio que se espalhou. Mas estas situações, de
acordo com o ele, permitem redescobrir a alegria e a importância de crer.
“No deserto é
possível redescobrir o valor daquilo que é essencial para a vida; assim sendo,
no mundo de hoje, há inúmeros sinais da sede de Deus, do sentido último da
vida, ainda que muitas vezes expressos implícita ou negativamente”.
Dessa forma, Bento
XVI explicou que o modo de representar este Ano da Fé é como uma peregrinação
nos desertos do mundo contemporâneo, em que se deve levar apenas o essencial.
“... nem cajado, nem sacola, nem pão, nem dinheiro, nem duas túnicas - como o Senhor exorta aos
Apóstolos ao enviá-los em missão (cf. Lc 9,3), mas sim o Evangelho e a fé da
Igreja, dos quais os documentos do Concílio Vaticano II são uma expressão
luminosa, assim como é o Catecismo da Igreja Católica, publicado há 20 anos”.
Concílio Vaticano II
Sobre o Concílio,
Bento XVI destacou que seu objetivo não foi colocar a fé como tema de um documento específico. No entanto, ele explicou que o Concílio foi
animado pela consciência e pelo desejo de “imergir mais uma vez no mistério
cristão, para poder propô-lo novamente e eficazmente para o homem
contemporâneo”.
O Santo Padre
também enfatizou que numa ocasião como esta de hoje, o mais importante é
reavivar na Igreja aquele desejo ardente que se teve no Concílio de anunciar
novamente Cristo ao homem contemporâneo.
“Mas para que este
impulso interior à nova evangelização não seja só um ideal e não peque de
confusão, é necessário que ele se apoie sobre uma base concreta e precisa, e
esta base são os documentos do Concílio Vaticano II, nos quais este impulso
encontrou a sua expressão”. Fonte: cancao nova.
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