sábado, 17 de julho de 2010

HOMILIA PARA O DÉCIMO SEXTO DOMINGO COMUM



  Procuremos o que ninguém nos pode tirar!!!

1ª Leitura - Gn 18,1-10ª; Salmo - Sl 14,2-3a.3cd-4ab.5 (R. 1a) 2 ª Leitura - Cl 1,24-28; Evangelho - Lc 10,38-42 *



Estamos num mundo em que cada vez, mas desconfiamos de tudo e de todos. Todo estranho é considerado uma ameaça, principalmente quando se trata de alguém que vem de uma região ou de uma cultura diferente e ainda, mas quando o visitante é alheio as regras de convivência dos nativos. Quantas vezes muitos não foram vítimas por não conhecerem o modo de convivência e o comportamento de uma determinada região?
As leituras do XVI domingo do tempo comum nos mostram o contrário. Na linha da mensagem evangélica do reino de Deus nos apresentam a prática de uma verdadeira hospitalidade.
O livro do Gênesis, nos mostra Abraão, o patriarca, que não só acolhe os homens que lhe pedem hospitalidade, mas pede para que eles permaneçam em sua casa e tomem parte da refeição. Para aquele povo a hospitalidade fazia parte dos deveres sagrados do momento, porque acolhendo alguém em sua casa é como que se tivesse acolhendo próprio Deus.
Ao lado da primeira leitura, o evangelho apresenta Jesus sendo acolhido por uma mulher chamada Marta. Maria, Irmã de Marta reconhece a graça de ter o Senhor ao seu lado e fica aos pés Dele, ouvindo a mensagem do reino. Maria Valoriza o momento único, de aprender porque a sociedade machista não dava privilégio de os mestres ensinarem as mulheres, mas Jesus mostra que o seu ensinamento é sem fronteira não conhece cara, cor, cultura, nem condição social.
Marta se agita com as preocupações de casa e coloca de parte os ensinamentos do mestre. Essa atitude de Marta, nos faz pensar na parábola do semeador, em que as preocupações sufocam a semente e impedem-na de dar frutos (Lc. 8,14)
Assim é a nossa vida. Preocupamo-nos tanto com o mundo, de modo que, o seu ritmo acelerado nos impede de darmos um minuto para que no silêncio possamos acolher Deus e a sua palavra.
Ao lado das leituras de hoje (como Abraão e Maria), deveríamos buscar a virtude da hospitalidade, para com aqueles que nos batem as portas pedindo trabalho que lhes garanta o pão, não só os que conhecemos, até com aqueles que não fazem parte da nossa religião da nossa cultura, da nossa língua, porque afinal somos todos irmãos, todos pertencemos à família de Deus.
Fernando Torres, CMF diz na sua meditação; A encarnação de Jesus converteu cada homem e cada mulher, no melhor e mais pleno sacramento da presença de Deus entre nós. Recebê-lo, compartilhar com ele ou ela aquilo que temos, significa receber o próprio Deus que nos vem visitar, é tornar realidade o Reino em nosso mundo, é dar cumprimento á vontade de Deus que quer que todos nos sentemos à mesa e compartilhar a vida, dom que Ele nos presenteou.
A hospitalidade, acolhida sincera e aberta, a mão estendida, conseguirá unir o mundo dilacerado e dividido que só gera violência e falta de amor ao próximo. Façamos nossas as virtudes de Abraão e Maria que as leituras deste domingo nos apresentam.     

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